segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Agulhamento seco! Uma excelente opção de tratamento para dor crônica nas costas. Saiba mais sobre esta técnica!

O que é o agulhamento seco ou Dry Needling?

É uma técnica de tratamento de dores crônicas, em especial de dores musculares (dor miofascial), realizada através da inserção de agulha através da pele e musculatura, sem a injeção de qualquer medicamento. 

O agulhamento seco vem se tornando cada vez mais difundido e se mostra eficaz no alívio de alguns tipos de dor. 


Quando está indicada sua realização?

Pode ser utilizada no tratamento de dor lombar, dor cervical, torcicolo, dor de cabeça, dor nos braços ou nas pernas, etc.

A principal indicação do agulhamento seco é para tratamento de dores crônicas de origem miofascial (dores musculares). Muitas vezes pacientes com dores crônicas na coluna vertebral apresentam mais de uma origem para suas dores (dor muscular + dor discogênica (origem no disco intervertebral) + dor articular (facetária), etc), desta forma, o agulhamento seco pode aliviar o componente da dor de origem muscular, propiciando melhora significativa do quadro doloroso do paciente. (saiba mais sobre as possíveis origens da dor na coluna clicando aqui)

Acredita-se que boa parte das dores crônicas, incluindo dores na coluna vertebral, tenha origem muscular (miofascial). 

Os músculos podem ser a origem primária da dor, assim como podem começar a doer devido a uma maior sobrecarga muscular por uma dor pré-existente (ex.: alguém com dor no joelho direito começa a andar "mancando" e passa a sobrecarregar a coluna e perna esquerda, iniciando quadro doloroso nestas regiões). 

Os músculos podem apresentar pontos de tensão, conhecidos como pontos gatilhos ou "trigger points", ou popularmente chamados de "nós" na musculatura. 



Qual o objetivo do agulhamento seco?

O objetivo do agulhamento seco é inativar os pontos de tensão da musculatura (pontos gatilhos), provocando alívio da dor de origem miofascial (muscular)


Como é realizado o agulhamento seco?

A agulha utilizada no agulhamento seco é a mesma utilizada para realização de acupuntura, apesar de serem procedimentos distintos, com técnicas e princípios diferentes.

A agulha é inserida através da pele do paciente até atingir o músculo alvo, sem necessidade de anestesia. Normalmente o procedimento é bem tolerado pelos pacientes, com leve desconforto. 

Após a inserção da agulha no ponto de tensão no músculo (trigger point) é comum haver a contração do segmento muscular (twitch). O agulhamento leva ao aumento do fluxo sanguíneo nesta área, provocando relaxamento muscular e alívio imediato da dor. 

Esta técnica pode ser realizada em ambiente ambulatorial (no consultório médico).


Quantas sessões são necessárias para alívio da dor?

Normalmente os pacientes experimentam sensação de relaxamento e alívio imediato da dor, mesmo que parcial. 

Podem ser necessárias algumas sessões de agulhamento seco durante o tratamento. 

A quantidade de sessões a serem realizadas será determinada pela evolução da dor durante o tratamento.


Como fica o tratamento após o agulhamento seco?

As sessões de agulhamento seco devem ser acompanhadas pela realização de tratamento fisioterapêutico, com alongamento e fortalecimento muscular supervisionados, visando a manutenção do alívio produzido pela inativação dos pontos gatilhos nos músculos e evitando-se a reativação destes pontos. 

É fundamental que o paciente mantenha tratamento fisioterapêutico (fisioterapia, RPG, Pilates, etc) após ou entre as sessões de agulhamento seco.


O agulhamento seco é coberto pelos planos de saúde?

Sim. O agulhamento seco de pontos gatilhos está contemplado no rol de procedimentos da ANS, sendo autorizado pelos planos de saúde quando solicitado por profissionais habilitados para sua realização.
         
Conheça mais sobre o Dr. Fabrizio Borges Scardino acessando seu site: http://drfabrizioscardino.wixsite.com/site
 ou através de sua fan page no facebook: www.facebook.com/drfabrizioscardino

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

7 erros comumente cometidos por quem sente dor na coluna! Conheça-os para evitá-los!


1. Vou ficar em repouso para proteger minha coluna e melhorar mais rápido.


O tratamento das dores crônicas na coluna vertebral tem um de seu pilares na realização de atividades físicas, dentre elas fisioterapia, Pilates, RPG, etc, buscando-se o alongamento e fortalecimento muscular. Atividades físicas são benéficas e essenciais para o tratamento e para a prevenção das dores crônicas na coluna vertebral. É comum pessoas com dores crônicas apresentarem medo de se movimentar, chamado de cinesiofobia, o que prejudica o tratamento e deve ser combatido. O repouso apenas é recomendado em alguns casos específicos, de acordo com a avaliação médica. Os exercícios devem ser realizados de forma leve, gradual e seguindo a orientação de um especialista (fisioterapeuta ou educador físico).


2. Vou tomar um anti-inflamatório para melhorar minha dor. Não vai me fazer mal, já que posso comprar na farmácia sem receita.


O uso crônico de anti-infamatórios pode sim aliviar a dor, mas em contrapartida há o risco de lesões gásticas (gastrite, úlcera) e renais (podendo inclusive levar a insuficiência renal). Portanto, o uso de forma crônica destas medicações deve ser evitado.
As medicações preconizadas para tratamento de dores crônicas são diferentes daquelas utilizadas para tratamento de dores agudas (fraturas, contusões, pós-cirúrgias recentes, etc). (clique aqui e saiba mais sobre uso de medicamentos para dores crônicas)




3. Minha dor é muito intensa. Só cirurgia para resolver!


A cirurgia para tratamento de dores crônicas da coluna (ex.: hérnia de disco, artrose, artropatias, espondilolistese, etc) estará indicada em uma minoria dos casos onde há falência do tratamento conservador ou outros sintomas mais graves como fraqueza, perda de sensibilidade ou perda de controle esfincteriano, por exemplo. Deve-se ter em mente também que a realização de cirurgia não é garantia de melhora ou cura da dor, apesar de ser uma excelente opção em alguns casos bem selecionados, como citei acima. 

A grande maioria dos pacientes com dores crônicas na coluna não precisará de cirurgia para tratar sua dor, e apresentará controle satisfatório de suas dores com o tratamento conservador, que pode consistir de uma ou mais das seguintes modalidades (analgesia, fisioterapia, Pilates, RPG, acupuntura, agulhamento seco, bloqueios/infiltrações, rizotomias, etc), devendo sempre que possível ser realizado antes de se pensar em uma cirurgia.


4. Da mesma forma que apareceu, esta dor vai sumir! Sozinha.

Algumas dores persistem além do tempo de recuperação normal ou esperado, deixando de ser um sinal de alerta e se tornando crônicas. 

O tratamento das dores crônicas é, em muitas ocasiões, complexo e deve ser tratado de forma multidisciplinar por profissionais qualificados e especializados no tratamento deste tipo de dor.

Procure um especialista para tratar sua dor e evite sofrimento desnecessário.



5.  Uma conhecida melhorou após tomar um remédio ou após fazer uma cirurgia. Vou fazer o mesmo que também vou melhorar.


Não compare sua dor com a de outra pessoa. Existem várias possíveis causas para a dor nas costas (músculos, articulações, discos intervertebrais, nervos, ossos, etc), além de vários fatores que influenciam na sensação e no comportamento doloroso (estado emocional, sedentarismo, obesidade, doenças concomitantes, etc). 

Isto faz com que sua dor seja, de alguma forma, diferente da dor de outra pessoa.

O que funciona para ela pode não funcionar para você, ou até lhe ser prejudicial (efeitos colaterais, alergias, ganho de peso, etc).


6. Não vou fazer fisioterapia. Não serve para nada!


A fisioterapia é parte fundamental do tratamento da imensa maioria dos pacientes com dores crônicas. A fisioterapia deve ser iniciada assim que possível, e tem vários objetivos, dentre os quais liberações miofasciais, alongamentos musculares, fortalecimentos musculares, equilíbrio e reeducação postural e corporal, etc). Também é útil na prevenção de novas crises dolorosas.

Entretanto, é extremamente importante que o tratamento fisioterapêutico seja personalizado e comprometido, para que cada paciente seja abordado e tratado da forma mais adequada às suas necessidades, proporcionando melhor resposta ao tratamento.








7. O remédio que meu médico receitou não funciona. Vou trocar por outro.

Algumas medicações utilizadas para tratamento de dores crônicas são prescritas com o objetivo de reduzir a sensação de dor percebida pelos pacientes, e seu início de ação pode ser tardio (melhora percebida apenas após algumas semanas de início do uso da medicação). 

Portanto, interromper o tratamento de forma precoce e sem consultar seu médico pode impedir que você tenha uma resposta adequada ao tratamento que poderia lhe auxiliar no controle da dor e na redução da necessidade de uso de outras medicações como analgésicos, relaxantes musculares, anti-inflamatórios, etc. 

Procure sempre consultar seu médico antes de suspender uma medicação prescrita por ele. A menos que haja efeitos colaterais importantes ou alergia.
         
Conheça mais sobre o Dr. Fabrizio Borges Scardino acessando seu site: http://drfabrizioscardino.wixsite.com/site

 ou através de sua fan page no facebook: www.facebook.com/drfabrizioscardino






segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Remédios para dor. Faz mal usá-los por muito tempo?

É comum os pacientes questionarem sobre o uso por tempo prolongado de medicamentos para o tratamento da dor. 

Muitos acreditam que não deveriam utilizá-los de forma contínua, por receio de se viciar ou apresentar efeitos colaterais, podendo fazer mal à sua saúde. 

Há um outro grupo de pessoas que praticam a auto-medicação, indo à farmácia e comprando medicamentos de venda livre, como anti-inflamatórios, analgésicos comuns ou relaxantes musculares, sem orientação médica.


É importante lembrarmos que a dor crônica, como eu já expliquei em um outro artigo, deixa de ser um sinal de alerta que avisa o corpo que algo ruim está acontecendo. A dor crônica é considerada uma doença e deve ser tratada como tal.

Como exemplo vou citar pacientes que apresentam outras doenças crônicas bem conhecidas, a  hipertensão arterial (pressão alta) ou o diabetes melito. Hipertensos e diabéticos normalmente precisam fazer uso contínuo de medicamentos para controlar a pressão arterial ou a glicemia (glicose no sangue). Apesar de usarem estes medicamentos, eles não obtêm cura, mas sim um controle adequado da doença.

O mesmo pensamento deve ser aplicado para o tratamento da dor crônica, onde se busca o alívio e controle da dor, com melhora da qualidade de vida dos pacientes e redução das limitações provocadas pela dor.

O tratamento da dor crônica deve incluir a associação de terapias medicamentosas e não-farmacológicas. O uso de medicamentos é muito importante no início do tratamento, principalmente quando os pacientes apresentas dores de forte intensidade. No decorrer do tratamento se busca reduzir progressivamente o uso de medicamentos e prioriza-se as terapias não-farmacológicas. 

A medicação não é a única forma de tratar a dor crônica e não é correto afirmar que todos os pacientes com dor crônica precisarão fazer uso de remédios pelo resto da vida, mas deverão utilizá-los pelo tempo necessário, muitas vezes de forma crônica, contínua, como tratamento principal ou auxiliar a outras terapias como fisioterapia, RPG, Pilates, acupuntura, agulhamento seco de pontos gatilhos musculares, etc. Estas terapias não-medicamentosas devem ser consideradas pelos pacientes como um verdadeiro tratamento, tornando-se parte de sua rotina de vida.

Não há medicamentos "inocentes". Todos podem causar efeitos colaterais, de mais leves a mais graves. Isto vale para todos, inclusive os analgésicos comuns e, especialmente, os anti-inflamatórios, que podem provocar lesões gastrointestinais (gastrite, úlcera) e renais (até insuficiência renal), principalmente quando usados por tempo prolongado e por idosos.

Apesar disto não se deve ter medo de usar medicamentos, sendo muito importante a orientação médica para que seja realizado o correto diagnóstico da dor e a escolha do medicamento mais adequado para cada caso, não apenas a fim de reduzir riscos de efeitos colaterais e adição (vício), mas também para aumentar a eficácia da medicação e proporcionar o maior alívio da dor.

Resumindo, os medicamentos devem ser utilizados pelos pacientes com dores crônicas, seguindo a orientação médica, pelo tempo necessário ao alívio da dor, e associados a tratamentos não-medicamentosos como fisioterapia, Pilates, RPG, acupuntura, etc.



Dr. Fabrizio Borges Scardino

Neurocirurgia

Tratamento Intervencionista da Dor